segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Será que teremos uma sindicância honesta?


O novo presidente dirigiu-se aos empregados da Embrapa: “Aceitei essa tarefa com grande honra, mas consciente do desafio, talvez o maior da minha vida.”
Com certeza, se analisarmos o currículo do Presidente, temos de concordar que este certamente, e não “talvez” será seu maior desafio. Agora a eloqüência não basta, terá que mostrar resultados. Apesar das restrições quanto à sua competência e ética, para o bem da empresa que tanto amamos devemos desejar-lhe muito sucesso. Todos agora temos de apoiar a nova gestão, incluindo, é claro, a sua nova equipe de gestão (GPR, SGE, SRI).
Sobre a Embrapa Internacional, o novo presidente disse, em sua primeira entrevista no cargo “Houve um equívoco ou uma avaliação um pouco incorreta sobre o modelo mais adequado para operar no exterior... As razões da extinção serão apontadas futuramente, após a sindicância que está em processo”.

Isso gera um alto grau de incerteza, haja vista que decisões de profundo impacto para a Embrapa foram tomadas antes da sindicância haver sido sequer instalada. Na semana passada, um arquivo contendo as principais informações sobre a criação da Embrapa Internacional já foi encaminhada à Auditoria da Embrapa, a qual deverá encaminhar ao MAPA. A internacionalização iniciou-se há vários anos, e inclui a implantação de unidades em vários países em todo o mundo. Essas unidades normalmente são implantadas por decisão da Diretoria, e o Conselho de Administração aprova após o fato. Mesmo assim, os fatos mostram que o CONSAD vem discutindo a criação da Embrapa Internacional desde 2008. A afirmação de que essa unidade foi criada sem a aprovação do CONSAD não só é inverídica, também contraria a rotina de praxe.

O que podemos concluir disso tudo? Náo há como não concluir que foi tudo um pretexto para justificar o “golpe de estado” para a remoção do presidente Arraes. Não somente a remoção, mas a destruição da sua honra. Se o objetivo fosse somente trocar o presidente, teria sido muito fácil simplesmente não reconduzi-lo em agosto. Não, isso não causaria os danos que este suposto escândalo pode provocar. Agora temos essa incerteza – depois de criar essa “crise” e remover os indesejáveis Arrraes e Souza, substituindo por elementos mais aceitáveis aos que têm esse poder, o que será da tal sindicãncia? Será que eles podem permitir que a sindicância proceda honestamente, mostrando os fatos verdadeiros, e absolvendo Pedro Arraes, Basílio de Souza e sim, Vânia Castiglioni também, de qualquer malfeito?

Esperamos que sim, mas não estamos otimistas.

domingo, 14 de outubro de 2012

Comentários do Ministro Mendes Ribeiro


“a arquitetura do financiamento público, inicialmente com uma correspondência quase biunívoca entre o público e o nacional, hoje tem o nacional com o internacional e o público com o privado em uma arquitetura porosa e criativa. ... Uma demonstração disso é o recente acordo que firmei com o Reino Unido, onde a Embrapa apoiará o desenvolvimento agrícola de pequenos produtores de países africanos... A Embrapa de 2030 terá esforço maior na geração de conhecimento. A pesquisa será mais básica e feita em parcerias, em ousados arranjos institucionais. ... O crescimento nacional e internacional da Embrapa exigirá nova governança. Ajustes, necessários e difíceis, iniciados na atual administração, permitirão que, em 2030, nossos filhos possam continuar a se orgulhar desta grande empresa pública que é patrimônio nacional, a Embrapa.”

MENDES RIBEIRO FILHO, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Folha de S.Paulo - Opinião - A Embrapa em 2030 - 06/05/2012


Pois bem, Ministro. Já vimos o que acontece quando se cria uma "arquitetura criativa", com "parcerias em ousados arranjos institucionais". Obrigado pelas belas palavras, que pelo jeito são somente isso.

Intrigas agropastoris


Intrigas agropastoris
EMBRAPA | A queda de Pedro Arraes expõe a disputa por poder na estatal

Por Samantha Maia

O executivo alega “motivos pessoais”, enquanto o governo o acusa de erros na criação da divisão internacional
Alguma coisa acontece na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa. Dois meses depois de ser reconduzido à presidência da estatal, após um mandato de três anos, o engenheiro agrônomo Pedro Arraes foi afastado de forma nebulosa e, até onde se pode ver, acabou atingido pelas disputas políticas típicas de Brasília.
Determinado pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), e publicado no Diário Oficial de 5 de outubro, o afastamento de Arraes, inicialmente temporário, foi acompanhado da exoneração do secretário de Relações Internacionais, Francisco Freitas de Souza. O mesmo ato instaurou uma sindicância para analisar a constituição do braço no exterior, a Embrapa Internacional, por “constatação de que houve descumprimento de preceitos legais e estatutários na criação da empresa”.
Antes mesmo da decisão do ministro, na segunda-feira 1º, Arraes pedira demissão por “motivos pessoais”. Na quarta-feira 10, a presidenta Dilma Rousseff nomeou para o seu lugar Maurício Antônio Lopes, até então diretor de Pesquisa e Desenvolvimento e quadro da empresa desde 1989. Engenheiro agrônomo com pós-doutorado pelo Departamento de Agricultura da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO-ONU), o novo presidente foi chefe da divisão de milho e sorgo.
O imbróglio que resultou na saída de Arraes veio acompanhado de boatos de que a Embrapa daria fim a suas pretensões internacionais. Os desdobramentos mais recentes, contudo, apontam para uma possível mudança de rumo do principal centro de pesquisa em agricultura no País. Com o risco de maior ingerência política, segundo alguns especialistas.
Após Arraes anunciar que lançaria em abril a empreitada internacional, o Ministro da Agricultura preferiu voltar algumas casas. Extinguiu a Embrapa Internacional, por supostamente ter sido criada sem a autorização de órgãos do governo ou do Conselho de Administração da estatal. E trabalha agora para recriar o braço internacional em novas bases jurídicas. Estopim para a queda de Arraes, primo do governador pernambucano Eduardo Campos e profissional experiente na agricultura, indicado pelo ex-ministro Reinhold Stephanes (PSD-SC). Seu mandato teria sido marcado por uma “excessiva independência” em relação ao atual comando do ministério, que agora buscaria recuperar as rédeas da companhia.
Os desencontros com a cúpula do governo não são de hoje. Em 2011, por ordem da Casa Civil, foi extinto o processo de seleção dos diretores da Embrapa baseado em critérios técnicos de recrutamento (pelo qual Arraes foi escolhido) por meio de um comitê de busca, outra herança do período Stephanes. O mandato de três anos para os diretores deixou de ser garantido. Nos dois casos, medidas que abririam espaço para maior interferência política.
Apesar de o modelo antigo de escolha de dirigentes em tese limitar a independência, o orçamento anual de 2,5 bilhões de reais alimenta as disputas internas, assim como a participação em projetos do PAC ligados ao monitoramento via satélite.
Entidades ligadas à agricultura familiar, por su vez, criticam o que consideram um peso excessivo dos interesses do agronegócio na condução da estatal. E empresários enxergam um enfraquecimento da Embrapa em comparação às pesquisas desenvolvidas pela iniciativa privada.
Especialista em agricultura, o engenheiro agrônomo e professor da Unicamp José Maria da Silveira considera que a Embrapa vive dividida entre atender as demandas das áreas sociais e os “jogos capitalistas! No mercado internacional. Para ele, a governança é ameaçada pelas pressões políticas. “A questão da Embrapa Internacional é uma parte pequena do problema. O que houve foi uma tentativa do Arraes de colocar uma governança mais forte. Tirá-lo me parece um interferência indevida.”
A dificuldade de a estatal manter a sua relevância, diz o especialista, passaria necessariamente por mais parcerias com grandes empresas internacionais, sempre criticadas pelos movimentos sociais ligados ao campo, com destaque para o MST.
Integrante da bancada ruralista, Stephanes recebeu a notícia da saída do próprio Arraes, a confirmar a proximidade de ambos. “Fiquei surpreso porque ele é uma pessoa enquadrada e tranquila. O motivo alegado na me pareceu algo que não pudesse ser resolvido internamente”, diz o hoje deputado, crítico da extinção do comitê de busca de dirigentes.
A saída de Arraes é, porém, festejada pela direção do sindicato dos trabalhadores da empresa. A categoria não fechou acordo salarial com o governo neste ano, segundo a representação sindical, por suposta intransigência do ex-presidente. Em relação ao novo chefe, a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) diz esperar “mais diálogo”.
A internacionalização dos trabalhos da Embrapa faz parte da história da estatal de 39 anos, nos últimos tempos com foco reforçado na África. Acontece, em geral, por meio de parcerias de cooperação com governos mais pobres e não possui fins lucrativos. Criada por medida provisória no fim do governo Lula, em 2010, a alteração do estatuto para permitir a abertura de unidades de negócio no exterior dependia de decreto presidencial, publicado em junho deste ano.
A Embrapa Internacional teria sido, porém, criada antes disso, segundo o Ministério da Agricultura. E o Conselho de Administração teria tomado conhecimento apenas em agosto último durante reunião com Arraes. A sede seria constituída Em Delaware, nos Estados Unidos. O fato teria quebrado a confiança do governo em Arraes, apesar de fontes ligadas ao ministério garantirem não ter havido má-fé. A sindicância instaurada deverá verificar se houve irregularidade, mas o que consta até o omento é que a nova empresa não saiu do pepel.
Em 6 de abril, ao anunciar o lançamento da Embrapa Internacional para o dia 26 do mesmo mês, o então presidente da empresa mencionou a necessidade de acelerar a iniciativa para receber 2,5 bilhões de dólares que a Fundação Bill e Melinda Gates anunciou dispor para apoiar o desenvolvimento agrícola do continente africano. E informou que a mudança estava na “reta final”. Fatariam apenas os crivos dos ministérios da Fazenda, Planejamento, Agricultura e Casa Civil, um percurso evidentemente dilatado para quem conhece os meandros de Brasília.

Carta Capital - 17 de outubro de 2012


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Embrapa Internacional abortada antes de nascer


Saiu ontem no Diário Oficial da União a exoneração de Pedro Arraes da Presidência da Embrapa. Agora sim temos um só Presidente, o MAL. Devemos todos apoiá-lo nessa difícil função de gerir a empresa, no caso dele duplamente difícil pela necessidade de estar na frente dos microfones durante 4 horas por dia. Quantas entrevistas e coletivas já, e isso só no primeiro dia!

Já foi dissolvida a Embrapa Internacional, pessoa jurídica registradas nos Estados Unidos, sem sequer haver feito uma só operação. Pasmem, um processo que no Brasil demora 4 anos ocorre nos Estados Unidos em menor número de dias. A extinção da Embrapa Internacional foi determinada pelo Ministro Mendes Ribeiro em seu despacho de 05 de outubro.

Como é que um Ministro do governo brasileiro teria autoridade para ordenar o fechamento de uma fundação registrada em outro país? Muito simples: como a Embrapa é uma empresa pública vinculada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, seus empregados estão subordinados ao Ministro da pasta. Agora começa a diversão: a Embrapa Internacional tinha em seu Estatuto uma Diretoria composta por três Diretores – o Presidente da Embrapa, o Diretor Executivo de Administração e Finanças da Embrapa, e o Chefe da Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa. Reparem algumas coisas: 1) Não estamos falando das pessoas físicas de Pedro Arraes, Vânia Castiglioni e Basílio de Souza, tratava-se dos ocupantes desses cargos; 2) Os Diretores estavam proibidos de receber qualquer tipo de remuneração pelo cargo; e 3) Sim, é verdade, a Diretora Vânia também era Diretora da Embrapa Internacional. Pois bem, já que os Diretores da Embrapa Internacional eram empregados da Embrapa, sempre estiveram subordinados ao Ministro. Simples assim.

No despacho de 05 de outubro, o Ministro determina a extinção da Embrapa Internacional, o afastamento do Presidente Pedro Arraes, e a exoneração de Basílio de Souza.

A pergunta que não quer calar: porque é que Vânia Castiglioni, a terceira Diretora da Embrapa Internacional, recebeu tratamento diferenciado, não só permanecendo no cargo, mas também nomeada como Presidente Interina da Embrapa?

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A Embrapa tem dois Presidentes!

Como dissemos ontem, Pedro Arraes continua sendo Presidente da Embrapa até ser exonerado. O Diário Oficial da União de hoje não traz a sua exoneração, portanto continua no cargo. O DOU traz sim a nomeação pela Presidente Dilma do novo Presidente, Maurício Antonio Lopes (MAL). Assim sendo, hoje temos dois Presidentes, o Arraes e o MAL. Vejam só quanta pressa!

No entanto, devemos parabenizar o MAL. Essa é mais uma conquista em uma carreira repleta de tais feitos. Na verdade, o MAL tem trabalhado árdua e longamente para isso, e finalmente seus esforços foram recompensados. Podemos extrair algumas lições dessa história.

1) Se o sujeito é um pesquisador medíocre, a solução é se tornar um gestor.  Entre 1985 e 2002, 4 publicações científicas (Qualis A) como primeiro autor. Desprezando artigos em circulares e aqueles tratando de temas filosóficos.

2) Se for um fracasso na gestão, a saída é ascender a um cargo maior ainda. Enquanto Chefe de P&D da Embrapa Milho e Sorgo, participou de decisões que afundaram a Embrapa nesse setor, hoje ocupando menos de 1% do mercado de sementes de milho no Brasil.

3) Se não souber administrar o sistema, sempre é possível destruí-lo e construir outro muito pior. Expulso do Milho e Sorgo, encontra um novo lar no Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento. Incapaz de tomar as medidas de gestão necessárias para sanar os problemas dos Programas Nacionais, os mesmos são destruídos e cria-se no seu lugar o SEG, com os famigerados Macroprogramas. A Embrapa abandona qualquer esperança  de ter foco e inteligência na sua programação.

4) Quando esse sistema fracassa, o melhor é se exilar no outro lado do planeta até que se esqueçam da porcaria que se fez. Como não há a mínima possibilidade de voltar a fazer pesquisa depois de tantos anos somente falando sobre ciência (muito bem, por sinal), o único que resta é publicar um blog. Diga-se de passagem, qualquer macaco pode fazer isto... Labex Coréia. Centenas de milhares de reais investidos; produto para a sociedade brasileira: um blog.

5) Quando um amigo te tira do exílio, e convida a assumir um alto cargo na sua gestão, a melhor estratégia é se auto-promover, e achar todas as oportunidades de trair o amigo e chefe. A atuação do MAL desde que assumiu a Diretoria está aí para todos verem. Matérias no todos.com, todos os dias; muitos discursos e palestras, para o qual tem verdadeiro talento; muitas viagens ao exterior, promovendo a sua imagem em vez de assumir o chato dever de Diretor; enquanto isso, a programação de P&D cada vez mais dispersa, menos produtiva, menos focada na solução dos problemas da agricultura brasileira. Sem falar, claro, na organização de uma gestão paralela, conluiando com uma outra Diretora (que não será nomeada aqui) e minando a autoridade do Presidente que lhe deu essa chance. Sem falar, claro, da traição de ir até o Ministro para tentar derrubar o Presidente, reclamando de sabe Deus o que, e certamente levando informações falsas mas com o medida certa de suspeição que somente um Diretor poderia fazer.

Tudo isso deu certo, e agora temos o resultado. Confirmam-se nossas suspeitas. Neste sistema, vence a mediocridade sobre a competência, vence a desonestidade sobre a integridade, vence a oratória bonita sobre a substância, vence a traição sobre a lealdade. Vence o MAL.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Pressa e mais pressa. Não pode ferir, tem que matar...

Sinto muito bandalheira, mas a verdade (o que nos interessa aqui), é que Pedro Arraes continua sendo Presidente da Embrapa, e o será até que a Presidente Dilma o exonere e publique tal fato no Diário Oficial da União. O Ministro (na verdade, o coitado só saiu do hospital hoje, portanto o matador de plantão é o Secretário Executivo) está com pressa para extinguir uma unidade sem antes averiguar a sua legalidade, de nomear um novo Presidente sem antes exonerar o atual ocupante do cargo, de manchar a honra de funcionários de carreira sem evidências ou justificativas. Tanta pressa. Até parece coisa de filme de máfia, quando é para liquidar os inimigos não podemos ter nem dó nem paciência. Vendetta! Já sabemos de alguns dos capos que esperam assumir a empresa, mas quem será o poderoso chefão que está ordenando a liquidação?


Mapa deve anunciar novo presidente da Embrapa nesta semana

Ministro Mendes Ribeiro tem pressa para resolver futuro da estatal

por Luciana Franco
Wilson Dias/Abr
O ministro Mendes Ribeiro Filho publicou no Diário Oficial da União do dia 05 de outubro a desconstituição da Embrapa Internacional
Ministro da AgriculturaMendes Ribeiro, deve anunciar até o fim desta semana o nome do novo presidente daEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)em substituição a Pedro Arraes que deixou a estatal há duas semanas. 

Vários nomes foram cogitados e não se sabe quantos serão levados à aprovação da presidente Dilma Rousseff, mas a decisão deve ser anunciada em breve. Arraes, que criou aEmbrapa Internacional em abril deste ano, pediu exoneração do cargo depois que o processo de criação do braço internacional da entidade foi considerado inadequado pelo governo federal. 

ministro Mendes Ribeiro Filho publicou no Diário Oficial da União do dia 05 de outubro a desconstituição da Embrapa Internacional, uma vez que entende que alguns requisitos necessários para a constituição da empresa não foram respeitados. Paralelo a isso, um novo processo para a criação da Embrapa Internacional dentro dos preceitos necessários está sendo criado.

Eduardo Campos... deixa candidato de Lula em 3º lugar e solidifica seu próprio projeto presidencial


Sei que prometi falar só da Embrapa, mas por algum motivo isto chamou minha atenção...

07/10/2012
 às 19:15 \ Política & Cia

Governador Eduardo Campos (PE), do PSB, elege seu candidato no 1º turno no Recife, deixa candidato de Lula em 3º lugar e solidifica seu próprio projeto presidencial

Amigas e amigos do blog, leiam essa interessante e reveladora reportagem do site de VEJA sobre as eleições em Recife.
E lembrem-se, quando se fala no projeto presidencial do governador Eduardo Campos, de que, na estratégica Minas Gerais, ele tem como forte aliado na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte o senador tucano e ex-governador Aécio Neves, que apoiou a vitoriosa campanha pela reeleição do prefeito Márcio Lacerda, do PSB, contra o ex-ministro e ex-prefeito petista Patrus Ananias, candidato de Lula.
Eduardo Campos emplaca Geraldo Julio e derrota Lula
Candidato do PSB em Recife obteve 51,14% dos votos e vence no 1º turno. O petista Humberto Costa, imposto pelo ex-presidente, terminou em 3º lugar
Em uma espécie de aquecimento para a campanha presidencial de 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), evidenciou sua força política ao garantir neste domingo, com larga vantagem, a vitória de seu candidato, Geraldo Julio (PSB), no primeiro turno nas eleições pela prefeitura do Recife.
O socialista conquistou 51,14% dos votos dos pouco mais de 1,1 milhão de eleitores recifenses.
Aliado histórico do PT (desde 1989 o PSB apoia as candidaturas petistas), Campos utilizou um desconhecido secretário de governo para desbancar o ex-ministro Humberto Costa, que ficou apenas na terceira colocação. O neotucano Daniel Coelho, egresso do PV, atingiu a segunda colocação na preferência do eleitorado com 27,66%.
Embora ainda se mantenha como aliado do governo federal – o PSB mantém o Ministério da Integração Nacional e a Secretaria de Portos na gestão Dilma Rousseff – Eduardo Campos já começa a construir, com vitórias emblemáticas, como a do Recife, sua projeção em nível nacional.
Aproveitando-se de um vácuo na oposição, que vem perdendo forças no Congresso Nacional, em Brasília, Campos inicia ainda esta noite a construção de cenários onde aliados estão em dificuldade no segundo turno. Ele pretende viajar aos palanques prioritários e atuar como puxador de votos.
Mesmo com o fim da dobradinha PT-PSB no Recife, o governador pernambucano diz que os socialistas continuam aliados do governo Dilma Rousseff. “Já disputamos outras eleições contra o PT e depois sentamos à mesa. Temos um projeto nacional e um projeto no estado que nos une. Depois da eleição pode ficar uma rusga aqui ou acolá, mas vamos procurar olhar para frente”, afirmou ele neste domingo.
Ao longo de todo o dia, pesquisas internas do PSB já davam vitória a Geraldo Julio. Em um dos trackings, quando ouvidas 4 500 pessoas, o socialista computava 55% dos votos.
Derrocada petista
O pífio desempenho do senador Humberto Costa, que assumiu uma trajetória descendente na preferência do eleitorado na reta final da campanha, coloca em xeque a tese de que o ex-presidente Lula é um exímio articulador político.
Depois de um racha no PT em maio, com troca de acusações nas prévias do partido, Lula impôs o nome de Humberto Costa, petista histórico, como candidato à prefeitura.
Com a acirrada disputa em São Paulo, onde o PT teve de se empenhar para alavancar a candidatura do ex-ministro Fernando Haddad, Lula, no entanto, deixou de lado a campanha ao executivo recifense e, mesmo tendo prometido, sequer apareceu para comícios ou carreatas na capital.
Para não melindrar Eduardo Campos, cujo partido integra seu governo, a presidente Dilma Rousseff sequer gravou participação no programa eleitoral de Humberto Costa. O petista terminou a campanha com 17,43%.


http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/governador-eduardo-campos-pe-do-psb-elege-seu-candidato-no-1o-turno-no-recife-deixa-candidato-de-lula-em-3o-lugar-e-solidifica-seu-proprio-projeto-presidencial/

Extinção da Embrapa Internacional

Hoje foi publicada na intranet matéria tomada diretamente do site do MAPA:

www.embrapa.br/imprensa/noticias/2012/outubro/2a-semana/informe-mapa-embrapa

www.agricultura.gov.br/comunicacao/noticias/2012/10/informe-mapaembrapa

onde o Secretário Executivo José Carlos Vaz afirma que "o fortalecimento da Embrapa como instituição líder e de referência em pesquisa na área da agricultura e pecuária é prioridade do ministro Mendes Ribeiro Filho e diretriz do Governo Federal. Dessa forma, registro que a atuação internacional daquela Empresa será mantida e reforçada. A empresa Embrapa Internacional é apenas um mecanismo de aperfeiçoamento operacional da referida atuação internacional da Embrapa que, segundo consta (e a ser confirmado em sindicância a ser instalada), inclusive ainda não atuou efetivamente, desde a sua criação. Essa empresa, no formato atual, será extinta, sendo retomados os estudos necessários à sua implementação, em configuração mais adequada." [negrito adicionado]

Pois então, Secretário, o Senhor publica no Diário Oficial da União um Despacho ordenando a extinção de um "mecanismo de aperfeiçoamento operacional", sem sequer esperar os resultados da Sindicância, também ordenado pelo Senhor no mesmo despacho, para apurar os fatos? Como será essa "configuração mais adequada"? Quer dizer que a configuração atual não é adequada? Como é que o Senhor sabe disso, se os " estudos necessários" ainda não foram realizados?

A pressa na extinção da Embrapa Internacional é a mesma pressa para concluir o massacre da honra do Presidente Pedro Arraes e do Chefe da SRI Basílio Souza. O Secretário sabe, porque foi amplamente consultado e informado durante todo o processo de implementação, dos seguintes fatos: 1)  a Embrapa Internacional é uma Fundação sem fins lucrativos, e não uma empresa particular como foi dito; 2) a Embrapa Internacional é absolutamente subordinada à Embrapa, ao MAPA e ao Estado brasileiro, por meio de seu Estatuto que determina uma Diretoria compartilhada e a prestação de contas  aos mesmos órgãos de controle; 3) A Embrapa Internacional nunca firmou um só acordo, nem movimentou um só centavo, justamente porque teria que aguardar a aprovação oficial e final do CONSAD. Essa aprovação foi dada verbalmente mas depois da reunião surgiram alguns questionamentos. Até a sua resolução nada poderia ser feito e de fato nada foi feito. Tudo isso o Secretário sabe, mas claramente está seguindo ordens que vêm de cima. 

A conjuntura atual é uma tempestade perfeita: forças internas lutando pelo poder, criando intrigas e conflitos para desestabilizar a gestão do Presidente, e forças externas com interesses políticos que nada têm a ver com a Embrapa, mas que percebem uma vantagem na sua desestabilização. O que nenhuma desses partes tem interesse é na nossa missão, de realizar pesquisas e desenvolver tecnologias para fortalecer a agricultura brasileira. Os grandes perdedores de tudo isto são eles, os agricultores brasileiros, grandes, médios e pequenos, que dependem de uma forte instituição de pesquisa. Pois é, Brasília não tem jeito mesmo e quem sempre perde é o povo brasileiro.


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Antes que anestesiem a Embrapa é preciso ouvi-la

http://terramagazine.terra.com.br/blogdoruidaher/blog/2012/10/08/antes-que-anestesiem-a-embrapa-e-preciso-ouvi-la/

Curriculos Lattes dos Diretores da Embrapa

Curriculos Lattes dos Diretores da Embrapa

Administração e Finanças: Vânia Beatriz Rodrigues Castiglioni
http://lattes.cnpq.br/3392156507243057 (atualizado em 08/09/2011)

Pesquisa e Desenvolvimento: Maurício Antônio Lopes
http://lattes.cnpq.br/6574767341417523 (atualizado em 07/10/2012)

Transferência de Tecnologia: Waldyr Stumpf Júnior
http://lattes.cnpq.br/2896446133596202 (atualizado em 10/02/2011)

Será que alguém está pensando em mudar de emprego em um futuro próximo?

Fatos, somente fatos - documentados!


Olhem a linha do tempo:

05.08.1997 - Diário Oficial da União Nº 148 – publicação do Decreto 2.291, que aprova o Estatuto da Embrapa, o qual contém o seguinte texto: “Art. 2º A EMBRAPA tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal, podendo estabelecer unidades em qualquer ponto do território nacional por decisão do Conselho de Administração.”

22.09.2010 - Diário Oficial da União Nº 182 – publicação da Medida Provisória 504, que expande a área de atuação da Embrapa para incluir atividades internacionais: “§ 2o A EMBRAPA poderá exercer qualquer das atividades integrantes de seu objeto social fora do território nacional, em conformidade com o que dispuser seu estatuto social.”

Na Exposição de Motivos apoiando a MP504, de 20.08.2010, o Ministro Wagner Rossi conclui que a “Medida Provisória que ora se propõe possibilitará ao Brasil exercer um papel ainda mais relevante no cenário mundial, evidenciando ainda mais sua grandeza nas searas do auxílio humanitário e da pesquisa científica, para o bem de si e de toda a humanidade.”

02.03.2011 - Diário Oficial da União Nº 43 – publicação da Lei Nº 12.383, que sanciona a MP504, com exatamente o mesmo texto: :  “§ 2o A EMBRAPA poderá exercer qualquer das atividades integrantes de seu objeto social fora do território nacional, em conformidade com o que dispuser seu estatuto social.”

26.06.2012 – Diário Oficial da União Nº 122 – publicação do novo Estatuto da Embrapa, que contém o seguinte texto: “Art. 5o Em sua atuação internacional, são objetivos da EMBRAPA: I - facilitar e acelerar a solução de problemas, a busca de oportunidades e o fortalecimento da agricultura brasileira, no que se refere a ações internacionais; II - planejar, orientar, promover a execução, executar e supervisionar atividades de pesquisa e desenvolvimento, transferência de tecnologia agropecuária e de incentivo aos talentos nacionais para produzir conhecimentos tecnológicos que fortalecem a agricultura brasileira e a dos países em desenvolvimento; e III - arrecadar e administrar os recursos recebidos de organizações nacionais e internacionais como doação, e os recursos oriundos de contratos específicos de pesquisa e desenvolvimento, transferência de tecnologia e capacitação a título de licenciamento de propriedade intelectual e de know how de propriedade da EMBRAPA. Parágrafo único. Para a consecução dos objetivos, os gestores das unidades situadas no exterior, nomeados pelo Presidente da EMBRAPA, na forma da regulamentação interna, poderão: I - assinar documentos e instrumentos para obter prestação de serviços em geral, execução de obras, aquisição ou venda de bens móveis e locação de bens imóveis, inclusive termos e contratos com
terceiros; II - manejar e transferir para as instituições cooperantes os recursos a elas destinados, de acordo com contratos firmados entre as partes; III - gerir os recursos das unidades; e IV - representar a EMBRAPA em juízo ou administrativamente.”

16.08.2012 - Diário Oficial da União Nº 159 – publicação de Ato do Poder Executivo, reconduzindo Pedro Antônio Arraes Pereira ao cargo de Presidente da Embrapa.

05.10.2012 - Diário Oficial da União Nº 194 – publicação (extraordinária, pois não é usual este tipo de publicação) de um Despacho do Ministro Mendes Ribeiro, contendo o seguinte texto: “..houve descumprimento de preceitos legais e estatutários na criação da empresa EMBRAPA INTERNACIONAL, INC., por ausência de qualquer ato de autorização emanado, quer dos órgãos próprios de Governo, quer do Conselho de Administração da Embrapa; e 2. que restou demonstrada a responsabilidade direta dos Senhores Pedro Arraes Pereira e Francisco Basílio Freitas de Souza, na constituição da referida empresa internacional; determino 1. o encaminhamento à Excelentíssima Senhora Presidenta da República de Exposição de Motivos e respectivo Decreto de afastamento temporário do Senhor Pedro Arraes Pereira, do cargo de
Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa; 2. a constituição de Comissão de Sindicância, integrada por servidores desta Pasta, a serem indicados pelo Senhor Secretário-Executivo, com o escopo de atender as recomendações constantes da decisão do Conselho de Administração da Embrapa; e 3. o encaminhamento de Aviso Ministerial ao Excelentíssimo Senhor Ministro Chefe da Advocacia-Geral da União, solicitando acompanhamento, orientação e, se possível, coordenação de todos os atos necessários à desconstituição da empresa EMBRAPA INTERNACIONAL, INC., bem como à verificação de seu possível funcionamento ou obrigações que eventualmente tenha assumido, com vistas à adoção das medidas corretivas e preventivas pertinentes, inclusive em relação aos terceiros de boa-fé; Ao mesmo tempo, ratifico as decisões já adotadas pelo Conselho de Administração da Embrapa em sua reunião extraordinária de 26 de setembro de 2012, especialmente quanto à determinação de suspensão, anulação e cancelamento da empresa internacional em foco e determinação de exoneração do Senhor Francisco Basílio Freitas de Souza do cargo de Chefe da Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa.”

Cabe aqui um comentário sobre o vigor exibido pelo Ministro, que foi capaz de assinar e publicar esse despacho apesar de que nesse dia estava internado em um hospital em São Paulo. Todos lhe desejamos uma rápida e completa recuperação. Mesmo assim, a sua afirmação da “ausência de qualquer ato de autorização” é claramente inverídica. Evidentemente, trata-se de um jogo de poder, em que se destrói a honra de dois gestores honestos. Quem se beneficia disso, e quem tem a autoridade para ordenar esse ataque? 

domingo, 7 de outubro de 2012

Vejam abaixo, reportagem sobre a Embrapa Internacional de abril de 2012. Transparência e ética total, respaldadas pela legislação e pelo Estatuto assinado pela Presidenta. Isto é uma armação, descarada. Pergunta que não quer calar: quem vai se beneficiar? 

http://www.brainbrasil.org/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=355&sid=5


Um ano e meio após a publicação da medida provisória que deu nova redação ao Artigo 1º da lei de criação da Embrapa, para permitir que a estatal exerça suas atividades também fora do Brasil, deve ser lançada no fim do mês a Embrapa Internacional. Segundo o presidente da empresa, Pedro Arraes, a intenção é fazer o lançamento no dia 26, aniversário da Embrapa, com a presença da presidenta Dilma Rousseff.
A medida provisória, do final do governo Lula, foi aprovada pelo Senado no dia 1º de março de 2011 e promulgada no mesmo dia. Enquanto a Lei 5.851, de 1972, que autorizou a criação da Embrapa como empresa pública não permitia sua atuação no exterior, a nova redação autoriza a Embrapa a “exercer qualquer das atividades integrantes de seu objeto social fora do território nacional, em conformidade com o que dispuser seu estatuto social”.
Arraes disse que um dos objetivos é ajudar outros países com a experiência adquirida ao longo dos 39 anos de existência da Embrapa, “mas também é, e talvez esse seja o principal, trazer inovações dessas relações para o nosso país”.
O novo estatuto, que autoriza a atuação internacional da Embrapa, está em fase final de aprovação, precisando passar pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento, da Agricultura e pela Casa Civil. “É o calvário final para a gente obter o nosso estatuto”, comentou Arraes, ressaltando que as pastas já têm ciência do conteúdo e já houve acordo para a sua aprovação.
O presidente disse que a Embrapa Internacional terá uma estrutura com capacidade de captar recursos de fontes do exterior, como Banco Mundial (Bird), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e agências de fomento, como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e Fundação Bill Gates. “A Fundação Bill Gates fez, recentemente, um aporte de US$ 2,5 bilhões para a Embrapa, e esse recurso, obviamente, não pode entrar na conta da Embrapa aqui no Tesouro, como arrecadação, porque eu vou ter que encaminhar para outros países”, explicou Arraes.
O presidente da estatal disse que, atualmente, toda vez que vai se realizar um projeto no exterior, é necessário fazer “uma ginástica imensa”. “Não quer dizer que não se possa fazer, mas tem uma forma complicada de fazer essa transferência. Não é fácil. O dinheiro não pode entrar na Embrapa, às vezes entra numa fundação. As fundações também têm dificuldades porque trabalham apenas no Brasil”.
Para facilitar a operação, a Embrapa Internacional será aberta nos Estados Unidos. “Dependendo da dimensão que esse negócio tomar, e as perspectivas são de dimensões imensas, talvez tenhamos que ter uma estrutura mínima lá, mas sempre mínima, porque a competência técnica vai estar sempre aqui, na Embrapa. Lá é simplesmente uma forma que a gente tem de agilizar essa captação de recursos internacionais”, informou Arraes, acrescentando que pessoas físicas também poderão fazer doações para algum projeto específico, no qual tenham interesse.

sábado, 6 de outubro de 2012

A verdade sobre a Embrapa


Pedro Arraes não só é exonerado, a ordem que veio de cima é para destruir a sua reputação. Em despacho publicado no Diário Oficial da União ontem, dia 5 de outubro, o Ministro Mendes Ribeiro inicia a publicação com uma série de inverdades, e então chega ao motivo principal: a campanha organizada de desacreditação de dois funcionários honestos, comprometidos com a Embrapa e com o Brasil. Não bastou a exoneração dos dois, a oposição não pode arriscar a sua volta jamais. No decorrer das investigações, ficará claro que as acusações de ilegalidade são completamente falsas, e que todas as autoridades da empresa, do ministério e da casa civil foram informados e consultados sobre a atuação internacional da Embrapa. As mesmas pessoas que agora encontram-se surpresos, enganados, indignados! Hipócritas, oportunistas, traidores! Este blog vai trazer a verdade sobre estes acontecimentos, com informações fundamentadas nos fatos. Ficará claro quem são as vítimas e quem são os vilões deste triste capítulo na história da nossa Embrapa. Fiquem ligados!