sábado, 24 de novembro de 2012

Nesta altura do campeonato


Nossa intenção, e esperança, sempre foi de que a Sindicância sobre a Embrapa Internacional fosse conduzida de forma honesta e transparente. Ficamos calados durante a análise documental, e as "entrevistas" de dezenas de colegas, alguns envolvidos no assunto e outros nem tanto. Agora que estamos chegando ao final desse processo, cabem alguns comentários.

Nesta altura do campeonato, a sindicância instalada pelo MAPA já descobriu muitas fatos, como o de que não havia empresa particular e sim uma organização sem fins lucrativos; como que a mesma jamais movimentou um centavo, seja de recursos do Tesouro ou de terceiros;  como que a Embrapa Internacional foi criada com total transparência e amparo da legislação vigente; como que toda a Diretoria Executiva da Embrapa participou e aprovou da sua criação.  Tudo isso substanciado com documentos, informações públicas, e depoimentos.  Não obstante, alguns depoimentos tentaram manter a fantasia perversa de que houve mal feito, e mais, que a Diretoria nada sabia ou eram coagidos.

Alguns afirmaram que foram obrigados a colaborar com o suposto esquema, pelo autoritário e truculento Pedro Arraes. Seria risível se não fosse uma traição tão execrável. Quem conhece o ex-Presidente da  nossa empresa sabe que Arraes foi e é exatamente o contrário, ou seja, colaborativo e conciliador, talvez até demais, pois assim deixou espaço para que os traidores armassem as suas intrigas . Pior ainda, a Diretora Vânia teve a audácia de afirmar que não sabia de nada (onde já ouvimos isso?). Difícil acreditar, sendo ela uma das Diretoras da Embrapa Internacional, com autoridade sobre a conta bancária. Aliás, a Diretora teve de ir pessoalmente até a agência bancária em Washington para assinar documentos. Como será que ela conseguiu fazer isso sem tomar conhecimento de nada? Ah sim, estava sendo coagida pelo autoritário e truculento Arraes, quem a colocou como Chefe do PAC, a colocou como Diretora, e a nomeou sua substituta. É assim que se dá o troco, madame?

A boa notícia, se é que se pode definir assim, é parece que o Ministro e a Casa Civil já deram-se conta do erro que foi cometido. Ou talvez o objetivo já fosse alcançado, e não haveria mais necessidade de perseguir as vítimas.  Afinal de contas, o Arraes saiu, os traidores estão em seus cargos, as eleições acabaram, e dizem por aí que o Ministro está para sair. De qualquer forma, há indícios de que esta novela pode acabar logo. 

Nesta altura do campeonato, não há como se ter um final feliz, mas como dizem por aí, em campo do adversário empate é vitória.